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Propósito: modismo ou elemento de transformação?

Propósito e impacto são forças emergentes do “espírito do tempo” e temos a oportunidade de escolher se deixaremos isso passar ou se utilizaremos como força de transformação para um mundo melhor


Em matéria publicada recentemente na HSM Management (edição de março/2022), que fala da percepção e conexão das empresas com o zeitgeist ou “espírito do tempo” – conceito associado ao filósofo alemão Hegel e que designa o clima intelectual, sociológico e cultural de determinada época –, propósito é apresentado como uma força emergente do zeitgeist do nosso tempo, segundo Paula Englert, CEO da consultoria estratégica BOX 1824.


Para nós da Purpose Mining que temos pesquisado, estudado e trabalhado intensamente com propósito desde 2017, concordamos plenamente, não só conceitual mas empiricamente, com essa força emergente e queremos propor algumas reflexões sobre possíveis pontos de desdobramentos.


Para começar, insistiremos em uma pergunta que quem nos acompanha já deve estar cansado de ouvir: o que é propósito para você?


A razão dessa pergunta é que acreditamos que estamos no limite de uma bifurcação do desdobramento do propósito como uma força emergente do nosso zeitgeist: ou gerará mudanças sólidas de contexto ou passará como apenas mais um modismo.


Quando não temos a nossa resposta para o que é propósito, ou não nos demoramos pensando e aprofundando nessa resposta, tudo caberá na definição de propósito, como: realização, felicidade, sucesso, prazer, satisfação, razão de ser, objetivo, impacto positivo, essência, estado de fluxo, estado de presença, positividade, sustentabilidade, missão, predestinação, causa, legado, chamado etc.


Definir algo é dar a explicação do seu significado de forma mais completa, clara e suscinta possível, evitando, ao máximo, ambiguidades.


É fácil perceber que esse conjunto de palavras está bem longe de poder ser uma definição de propósito. Em sendo assim, continuará “cabendo” qualquer coisa para definir propósito. Logo haverá tantos conceitos misturados que por ser tudo, e se assim for, tornar-se-á nada. Será considerado banal, apenas um modismo que, como tantos, passou.


Porque toda força emergente que surge vem acompanhada de outra com intensidade semelhante para abafá-la, para deixar as coisas como estão – afinal existe todo um sistema que sobrevive e se alimenta da ganância, do lucro pelo lucro, da desconexão consigo, com o outro e com o planeta.


Então para alimentar o zeitgeist emergente de propósito e impacto, para que este se torne uma realidade e gere mudanças sólidas em cada um de nós, nas organizações e na sociedade como um todo, é preciso perceber propósito como uma narrativa – que embasará a realidade que você quer criar.


O que é propósito para você e como essa definição se liga às suas crenças a respeito de você, da sociedade e da vida? A partir da clareza desse ponto, quais são suas ações, qual é seu impacto, quais são os sistemas que você está alimentando (nutrindo, financiando)? O que esses sistemas estão gerando, como eles estão impactando você, a sociedade e o mundo?


A nossa definição de propósito é: a expressão da singularidade de um ser que, ao se desenvolver e prosperar, contribui para o desenvolvimento e a prosperidade do todo. Essa definição tem relação com autenticidade, diversidade, inclusão, protagonismo, colaboração e contribuição para o bem-comum, enfim com uma nova consciência geradora de prosperidade e equilíbrio.


Existe um conto de uma pessoa que queria desafiar um sábio que decifrava qualquer enigma do reino, para isso ele colocou em suas mãos, levemente fechadas, um pequeno pássaro vivo e perguntou ao sábio se o pássaro está vivo ou morto. Se o sábio respondesse que estava morto, ele abriria as mãos e o libertaria para o voo, se, ao contrário, respondesse que estava vivo, ele o apertaria com os dedos e o mataria. Porém, a resposta do sábio foi: "Meu bom homem, a vida desse pássaro está em suas mãos ".


Aqui está o ponto de bifurcação. Se não levarmos a sério o que realmente propósito significa, ou ainda, se não fortalecermos a relação de propósito com algum nível de regeneração e prosperidade planetária, é possível que perca a força e que seja considerado apenas mais um modismo. No entanto, se aprofundarmos na reflexão de propósito e fortalecermos sua definição ligada ao belo, ao bom e ao verdadeiro, para nós e para o todo, é possível que nossos filhos ou netos compartilhem um mundo bem melhor para a vida e o viver.


Ah! O conto termina sugerindo que “muitas vezes, por diversas formas, a vida de outro ser está em nossas mãos. Cabe a nós a responsabilidade de escolher entre matá-lo ou salvá-lo.Qual é a sua escolha?

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