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Resiliência: você sabe, realmente, o que é isso?

Resiliência é uma competência facilmente confundida com resistência ou resignação.

Saiba identificar a diferença, para ter melhor saúde mental.

O atual ritmo de mudanças de todas as ordens, os anúncios de vagas de emprego, nossos pares e até nossos amores nos cobram, pedem ou sugerem que sejamos resilientes.


E isso é ótimo, não é mesmo?!? Pois resiliência é a capacidade de se adaptar bem e se recuperar de situações difíceis, desafiadoras ou traumáticas, mantendo um senso de equilíbrio, controle e otimismo. Essa capacidade pode envolver a habilidade de lidar com mudanças, lidar com adversidades, superar obstáculos, gerenciar emoções difíceis e manter uma visão positiva do futuro.


Porém, como nem tudo é o que parece... É preciso tomar cuidado para não confundir resiliência com resistência ou resignação.


A resistência é a tendência de lutar contra mudanças ou situações difíceis, sem procurar formas de se adaptar ou mudar a perspectiva. Tolerar altos níveis de estresse ou pressão sem ceder não significa, necessariamente, que a pessoa está lidando com a situação de maneira saudável. Ser resistente pode ser uma característica positiva em algumas situações específicas e pontuais. Mas ser resistente por longos períodos pode levar à pessoa a esconder seus verdadeiros sentimentos e emoções para manter a aparência de força e controle. A contínua supressão de emoções e sentimentos, como falamos no artigo passado, resulta em problemas de saúde mental como ansiedade, depressão e estresse crônico.


Já a resignação é a atitude de aceitar passivamente situações difíceis, sem tentar mudá-las ou buscar alternativas. É uma atitude de rendição, de desistência ou de conformismo, em que a pessoa se resigna ao fato de que não pode fazer nada para mudar a situação, nem tem energia para lidar com as adversidades no intuito de superá-las ou transformá-las.


Pare de ler por um instante e procure lembrar de um momento da sua vida em que você foi resiliente, outro em que foi resistente e outro em que foi resignado(a). Ao lembrar perceba as diferentes emoções envolvidas em cada caso e os sentimentos que cada uma dessas lembranças desperta em você.


Porque como você já deve estar imaginando, em alguns casos, a resiliência pode deixar de ser uma habilidade positiva para se tornar uma resistência disfarça ou uma resignação disfarçada. Isso acontece quando a pessoa se adapta tão bem às situações difíceis que acaba se acostumando com elas, perdendo a motivação para mudar ou buscar alternativas. Ou ainda, quando a pessoa se concentra tanto em ser forte e lidar com os problemas que acaba negligenciando suas emoções e necessidades.


Uma dica para não correr o risco de confundir esses três padrões de comportamentos é tornar-se íntimo de suas emoções. Ou seja, identificar quando cada emoção acontece, perceber a intensidade e duração de cada uma delas e, principalmente, saber lidar de forma adaptativa e saudável com elas, mesmo que isso signifique pedir ajuda ao perceber que sozinho você não está conseguindo.


As emoções, as frustrações e as dificuldades fazem parte da vida e são uma parte natural da experiência humana. A tentativa de suprimir ou negar as emoções pode levar a um acúmulo de estresse emocional, que pode se manifestar em problemas de saúde emocional ou física. Portanto, é importante encontrar um equilíbrio saudável entre a busca pela resiliência e o reconhecimento e aceitação das emoções.


Também convém ressaltar que a pressão social e profissional para ser "resiliente" pode muitas vezes ser confundida com a expectativa de ser resistente ou resignado. Essa pressão, em muitos casos, é alimentada por uma cultura que valoriza a produtividade e a eficiência acima da saúde e bem-estar emocional.


Além do mais a resiliência não é uma característica que pode ser simplesmente adquirida ou exigida das pessoas. Ela é o resultado de um processo de desenvolvimento pessoal e emocional, que envolve a aceitação e compreensão das próprias emoções, além da busca por estratégias saudáveis para lidar com elas.


Esse processo envolve autoconhecimento, consciência corporal, desenvolvimento de estratégias de regulação emocional e ressignificação cognitiva com base em valores, na busca de sentido e na conexão com o propósito - como trabalhado no Processo Terapêutico Novo Eu.


Fechamos essa reflexão reiterando que embora a resiliência seja uma característica admirável e desejável, é importante lembrar que ninguém é resiliente o tempo todo e em todas as circunstâncias.


Fazer do mundo um lugar com mais propósito, para nós, passa por promover reflexões que reconheçam a importância de uma cultura de bem-estar emocional, que valorize a saúde mental e emocional das pessoas em vez de apenas a produtividade e performance. Isso pode ajudar a criar um ambiente mais saudável e produtivo para todos.


 
 
 

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